Setores que representam interesses das camadas mais ricas da sociedade costumam espalhar a mentira de que a iniciativa privada é mais eficaz do que as empresas públicas. Mas isso não se sustenta na realidade.
Estudos mostram que as empresas estatais têm, em média, maior produtividade do que as privadas.
O principal exemplo é o setor de exploração e produção de combustíveis, que não só é um dos principais motores da economia e do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiros como tem nos petroleiros os trabalhadores mais produtivos do Brasil.
Em um contexto em que a indústria brasileira tem perdido força a cada ano, o trabalho dos petroleiros se torna ainda mais fundamental para a economia brasileira.
Desindustrialização
O Brasil tem vivido nos últimos anos um processo intenso de desindustrialização que é comprovado por dados. Segundo a FGV, a indústria de transformação foi responsável por 11,3% do PIB no 1º trimestre de 2021, um índice que ficava em torno de 25% na década de 1980.
Considerando toda a indústria, ou seja, somando a indústria de transformação e a extrativista, sua participação no PIB é de 20,4%, uma queda grande em relação aos 25,6% apresentados em 1996 – e mesmo com o crescimento das commodities nesse período, que fazem parte da indústria extrativista.
Com isso, não só o país perde empregos e investimentos, e se insere de maneira subordinada nas relações internacionais, como os trabalhadores perdem uma fonte de melhores salários e condições de vida.
Segundo o IBGE, o rendimento médio de um trabalhador da indústria é 39% superior à média geral brasileira.
O número de empresas industriais caiu 8,5% entre 2013 e 2019 e, durante esse período, a quantidade de pessoas trabalhando na indústria nacional diminuiu 15,6%, com 7,6 milhões de empregos a menos.
Produtividade do petroleiro
Em meio a esse processo de desindustrialização, o setor de extração de petróleo e gás, que faz parte da indústria extrativa, ganhou ainda mais protagonismo, tendo sua maior participação dentro do setor industrial nos últimos 10 anos.
O setor de combustíveis tem 15,2% de participação no valor total de transformação da indústria, e apresenta crescimento na mão de obra empregada entre 2010 e 2019. Já os petroleiros são responsáveis pela maior produtividade entre todos os trabalhadores da indústria brasileira.
Produtividade é a relação entre o valor da produção industrial e a quantidade de pessoal ocupado na empresa, ou seja, mede quanto cada trabalhador contribui pela geração de novo valor na economia.
Segundo o IBGE, cada petroleiro adicionou à economia, em média, R$ 8,58 milhões em 2019, 4.561% a mais do que a média da indústria em geral, e 4.945% a mais do que a média da indústria de transformação.
Trata-se de um setor indiscutivelmente fundamental para a economia brasileira, com altíssima produtividade. Em 2019, o setor mais produtivo da indústria foi o de petróleo e gás e o segundo colocado foi o de produtos derivados de petróleo. Tudo graças à Petrobras.
Ainda é preciso levar em consideração que o governo Bolsonaro está tentando fazer a Petrobras encolher, com privatizações de ativos, refinarias e subsidiárias. Ela já foi responsável por 13% do PIB brasileiro.
Em um momento em que o país perde empregos e se desindustrializa, é mais do que fundamental reconhecer quem contribui para nossa economia e para o desenvolvimento do Brasil.
É preciso valorizar os petroleiros e a Petrobras!
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